O Ceará foi a primeira província a negar a existência da presença indígena em seu território, ainda no século XIX. Como resultado dessa medida, extensas faixas de terra tornaram-se disponíveis, o que beneficiou de forma direta a pecuária extensiva. Nesse contexto, povoados originados pela expansão dessa atividade foram transformados em vilas e o Estado passou a exercer controle crescente sobre a mão-de-obra local, uma mão-de-obra que era basicamente formada por índios submetidos ao regime de trabalho forçado.
A hegemonia que o Estado conquistou sobre os índios após a expulsão dos jesuítas deu lugar a um processo de perda de visibilidade indígena que só começou a ser revertido na segunda metade do século XX, quando, a partir da década de 80, dada à mobilização do povo Tapeba, voltou-se a falar sobre a presença indígena no Ceará. Logo em seguida, já no início da década de 90, foi a vez dos Pitaguary, que começaram a se organizar politicamente para pressionar pela demarcação de sua terra.
http://www.indiosonline.org.br/novo/mangueira-sagrada-dos-pitaguary/
Realizada sempre aos 12 dias do mês de junho, a Festa da Mangueira Sagrada dos Pitaguary, reúne todas as comunidades Pitaguary, apoiadores, parceiros e amigos. Esse ano foi realizado a Romaria Indígena, que se concentrou na aldeia do Olho d’água e rumou até os pés da Mangueira. Foi um momento bonito e importante para a afirmação da identidade indígena Pitaguary. Contamos também com a participação do Povo Tapeba e Jenipapo Kanindé, que se deslocaram de suas aldeias e vieram confraternizar com o Povo Pitaguary.
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